Pacto de ONGs e empresas quer coibir exploração ilegal de carvão

13/04/2012 23:19

 

Começa a valer a partir desta quinta-feira (12) pacto firmado entre empresas da cadeia produtiva do aço e organizações não governamentais para coibir o desmatamento ilegal nos principais biomas brasileiros, decorrente da exploração do carvão vegetal. 

O grupo de trabalho, chamado “GT do Carvão Sustentável”, pretende estabelecer regras independentes para a compra e venda da matéria-prima, além de aumentar a efetividade de sistemas de rastreamento no combate ao comércio ilegal e trabalho escravo nas carvoarias. 

As ações fortaleceriam a fiscalização já feita pelo governo federal, por meio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). 

De acordo com dados preliminares de uma pesquisa realizada pelas ONGs WWF, Instituto Ethos, Fundación Avina e Repórter Brasil, até 2020 será necessário 1 milhão de km² de floresta plantada no país para suprir a demanda industrial. 

É como se, nos próximos oito anos, as empresas plantassem eucalipto e outras árvores de crescimento rápido em uma área equivalente a mais de quatro vezes o tamanho do estado de São Paulo. Atualmente, o Brasil tem cerca de 70 mil km² de floresta plantada destinada à produção de carvão, papel e celulose. 

“Tem muito pouca floresta plantada, um dos propósitos desse grupo de trabalho é ‘sentar’ com a indústria e ter uma claridade sobre exatamente de quanto temos de florestas plantadas e em quanto tempo vamos tê-las”, disse Michael Becker, coordenador do programa Cerrado/Pantanal do WWF. 

Pressão ambiental 
Durante o lançamento, realizado em São Paulo, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que nos últimos dez anos o consumo de carvão vegetal no Brasil aumentou 50%, o que causa uma pressão nos biomas. 

"Isso fez com que a exploração, que antes era principalmente no Cerrado, se expandisse para outros biomas, como a Amazônia, principalmente no Pará e no Maranhão. Não tem sentido destruir a biodiversidade para fazer carvão vegetal”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em evento realizado em São Paulo. 

A preocupação da ministra é que se nada for feito pelo setor para atender a demanda nos próximos anos, pode ocorrer uma maior supressão de floresta nativa no Cerrado, na Amazônia e na Caatinga. Izabella informou que atualmente, 50% de todo carvão vegetal produzido no país vem de áreas plantadas e o restante de floresta nativa “não necessariamente desmatada de forma ilegal”.

 

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